Quando falamos sobre educação inclusiva e necessidades educacionais especiais, normalmente relacionamos à situação de crianças com deficiência ou distúrbios de aprendizagem. No entanto, há outro público que se encaixa nesse aspecto: as crianças com altas habilidades/superdotação.
A inclusão escolar prevê a todas o atendimento irrestrito, seja qual for o tipo de distúrbio. Mas as altas habilidades muitas vezes podem demorar a ser identificadas, pois a princípio a criança pode somente parecer muito inteligente. Com o passar do tempo e de observação dos professores é que se poderá perceber que há algo mais naquela personalidade.
Segundo o Censo Escolar 2021 do Inep, há mais de 23 mil alunos com perfil de altas habilidades/superdotação matriculados na educação especial do Brasil.
Indivíduos com alto quociente de inteligência são considerados gênios, talentosos e superdotados. Mas há também um clichê, de que todo gênio é louco. Será que é verdade?
Brincadeiras à parte, queremos ajudar você, educador ou pai, em relação aos aspectos relacionados às altas habilidades: diagnóstico, necessidades educacionais e tudo mais relacionado.
Continue lendo nosso artigo e amplie seus conhecimentos em relação ao tema.
Prodígios, gênios, superdotados: várias formas definiram, ao longo do tempo, as pessoas com altas habilidades.
É de conhecimento comum que quem tem altas habilidades é superinteligente. Essa ideia é sempre associada a quem consegue realizar cálculos extensos de cabeça ou inventar algo revolucionário. É claro que essas pessoas existem, inclusive conhecemos algumas delas, que deram importantes contribuições ao mundo e à História. Certos nomes são, inclusive, conhecidos como gênios da humanidade.
No entanto, ao longo do tempo tem se estudado muito sobre superdotação. Alguns estudos revelam que indivíduos com altas habilidades não formam um grupo homogêneo, por exemplo.
Eles podem ter diferentes habilidades cognitivas, bem como vários níveis de desempenho. Alguns podem, por exemplo, apresentar alta competência em várias áreas, enquanto outros em uma única área.
Mas atenção: há um grupo de indivíduos que pode parecer, em um primeiro momento, pessoas com altas habilidades. No entanto, são Savants. A seguir, vamos explicar o que é.
A síndrome de Savant é um distúrbio psíquico relacionado a um desequilíbrio no intelecto de um indivíduo. A principal característica é uma habilidade excepcional em determinada área e ao mesmo tempo em que apresenta déficits intelectuais.
A palavra savant significa “sábio” e desencadeia habilidades extraordinárias em algumas pessoas — esse fenômeno é também conhecido como “ilhas de genialidade”. As pessoas têm uma memória acima da média, no entanto não compreendem tanto sobre o que descrevem.
Veja algumas características que podem se apresentadas por crianças com altas habilidades:
Comportamentais:
costumam se interessar por coisas incomuns, fazem muitas perguntas e sempre tentam entender o fenômeno pelo qual se interessaram;
são bastante enérgicas, o que pode causar um diagnóstico errado, de hiperatividades;
são inquisidores e normalmente não aceitam “explicações prontas”, querem sempre respostas para seus “como” e “por que”;
gostam de aprender coisas novas, tanto quanto de novas formas de fazer algo.
De aprendizagem:
demonstram gostar muitos de atividades intelectuais;
apresentam um alto grau de abstração e síntese;
são críticos e céticos – o que corrobora a característica comportamental de não aceitarem “qualquer verdade”;
conseguem armazenar informações relacionadas a muitos assuntos, as quais conseguem acessar com facilidade quando precisam.
De pensamento criativo:
são bons com dedução e frequentemente criam hipóteses do tipo “como seria se...”;
têm um pensamento flexível, capaz de apresentar muitas alternativas para a solução de um problema;
conseguem perceber relações entre situações, objetos ou fatos que aparentemente não têm relação;
gostam de se envolver com assuntos complexos e amam situações em que precisam resolver algum problema.
Veja mais no infográfico:
O acolhimento de um aluno com altas habilidades demanda estratégias e cuidados específicos. Afinal, a falta de suporte adequado pode causar depressão ou até mesmo fazer com que ele seja vítima de bullying.
Pensando nisso, separamos as principais dicas para aplicar em sala de aula.
Geralmente, o estudante com altas habilidades/superdotação termina as atividades antes dos outros colegas da turma. Nesse caso, o ideal é passar outras lições que estimulem as habilidades do aluno, sem permanecer em questões repetitivas.
Uma boa dica é descobrir o que o aluno mais se identifica e transformar o tema em uma atividade ainda mais desafiadora.
Em uma sala de aula, cada aluno tem a sua maneira mais fácil de aprender o que é ensinado. Por exemplo, alguns conseguem entender mais rapidamente com exemplos práticos, outros já são mais visuais.
Diante disso, é importante variar as formas de ensinar para que todos os estudantes se sintam incluídos na aula e entendam o conteúdo exposto.
A inclusão de um aluno com altas habilidades é uma etapa importante, pois ele pode se sentir diferente dos seus colegas. Isso acaba influenciando no desenvolvimento de amizades em sala de aula.
Nesse sentido, é fundamental ajudar o aluno a se sentir incluído na turma e evitar que os colegas tenham pensamentos negativos sobre ele. Uma boa técnica para esse processo é convidar o estudante com superdotação para auxiliar na explicação do conteúdo.
Tal atitude pode até fazer com que os colegas aprendam mais facilmente. Afinal, ele usará uma linguagem mais próxima dos outros alunos e bem didática.
Muitas crianças com altas habilidades/superdotação têm o costume de serem questionadoras durante as aulas. Além disso, podem emitir opiniões sobre a metodologia de ensino utilizada pelo professor.
Nesse caso, é fundamental que o profissional saiba ouvir a opinião do aluno e dê liberdade para que ele expresse seu pensamento. Isso fará com que a criança se sinta confortável e acolhida, tanto pelo professor quanto pela instituição.
Criar uma parceria com os pais de qualquer aluno é papel de qualquer instituição. Entretanto, quando se fala em crianças superdotadas essa relação se torna ainda mais importante.
O contato com os pais vai proporcionar uma troca de informações importante sobre o aluno. Por exemplo, do que ele gosta, no que se destaca, como se comporta em casa e o que faz nos momentos de lazer.
Tendo conhecimento desses comportamentos, a escola e professores conseguirão adaptar as atividades para essas crianças e mantê-las motivadas.
O diagnóstico de altas habilidades é complexo e feito por especialistas em saúde e educação — educadores, psicólogos, pedagogos, psicopedagogos e outros. É importante salientar que escalas e testes não diagnosticam, mas podem ser ferramentas importantes na identificação de crianças superdotadas. Essa identificação normalmente ocorre nos primeiros anos escolares.
A inclusão escolar é um desafio. No entanto, se bem preparados, os professores conseguem facilitar o crescimento e desenvolvimento de talentos e habilidades, por meio de atividades interessantes que motivem a aprendizagem.
Temos que frisar que alunos com altas habilidades ou superdotação também são amparados pela legislação para que tenham o professor de apoio na escola regular.
Além disso, também é interessante destacar que a inclusão de crianças com deficiência, distúrbios de aprendizagem e altas habilidades/superdotação exige um currículo diferenciado, adaptado às suas necessidades.
Isso demanda profissionais altamente capacitados e conhecedores de tudo que envolve estar preparado para atender às necessidades educacionais especiais desses públicos. Cursos online voltados a essas áreas são excelentes formas de proporcionar conhecimentos e enriquecer o currículo de educadores.
Apesar de a área da educação ter adotado, de acordo com nossa legislação, o termo altas habilidades/superdotação, especialistas afirmam que são coisas diferentes. O que podemos dizer, de forma resumida, é a seguinte classificação:
inteligência superior ou altas habilidades: quem apresenta um QI entre 121 e 130;
inteligência muito superior (superdotação): quem apresenta QI acima de 130.
Importante salientar que não há exatamente um consenso entre especialistas, assim como há diferentes escalas de medição.
Outro ponto a ser considerado é que, historicamente, a superdotação foi considerada mensurável — identificada por meio de testes de inteligência. Isso resultou no QI sendo a medida da inteligência humana.
Como tudo evolui, avanços em estudos na área dão uma outra visão a essa concepção, questionando os testes de QI e ampliando o conceito de superdotação. Os testes de QI passam então a identificar habilidades específicas dentro de um contexto, e características como criatividade, aptidão artística e musical, liderança, entre outras, são também consideradas na identificação de sujeitos com altas habilidades ou superdotação.
Estimular crianças com altas habilidades pode parecer desafiador. Afinal, elas têm um nível cognitivo mais avançado.
Pensando nisso, trouxemos 5 ideias para estimular crianças superdotadas. Confira!
Definir objetivos e metas é uma forma de motivá-las. Vale destacar que eles não precisam ser apenas relacionados a algo que elas são apaixonadas para terem significado.
Eles também podem ser simples e mensuráveis para que as crianças desfrutem de suas conquistas.
Fazer visitas a espaços culturais auxiliará no desenvolvimento de conhecimentos de uma criança com altas habilidades/superdotação. Por exemplo, ir a peças de teatro, shows, exposições artísticas ou museus.
Essas atividades também despertarão a emoção e a curiosidade desses alunos, fazendo com que se sintam estimulados.
Quando uma criança superdotada aprende algo pelo qual ela é apaixonada, certamente ela vai querer compartilhar esse aprendizado. Portanto, é fundamental respeitar seus interesses e incentivá-la ainda mais.
Isso fará com que a criança desenvolva o seu lado criativo e reforce o aprendizado. Caso contrário, ela pode se sentir desmotivada.
Uma das características do aluno superdotado é o perfeccionismo. Ou seja, ele estabelece altos padrões de desempenho impossíveis de serem alcançados. Isso acaba o deixando insatisfeito com suas conquistas.
A conversa é um excelente exercício para mostrar a sua aceitação e manter as expectativas mais realistas. Uma boa dica é compartilhar momentos em que um erro se transformou em aprendizagem. Isso mostrará que as falhas acontecem e que se pode aprender com elas.
Os diferentes interesses e o vocabulário avançado faz com que muitas crianças com altas habilidades/superdotação encontrem dificuldades para se relacionarem com colegas da mesma idade.
Para mudar esse cenário, é fundamental ajudá-las a construir relacionamentos com outras crianças da sua faixa etária. Isso fará com que elas pratiquem e desenvolvam as suas habilidades sociais.
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