Transtornos Globais do Desenvolvimento, também conhecidos por TGD, são distúrbios no desenvolvimento de funções como socialização e comunicação. Também podem afetar a atenção, concentração e até na coordenação motora. As primeiras manifestações dos Transtornos Globais do Desenvolvimento normalmente surgem até os três anos de idade.
Ser um educador – ou alguém que tem bastante interesse na área da educação – exige muito de uma pessoa. É importante estar atento aos alunos constantemente para que seu papel como profissional possa ser atingido com segurança. Dessa maneira, se atualizar constantemente é essencial, o que pode ser feito por meio de cursos online e de outras formas. Nesse artigo vamos falar como é importante se atentar aos transtornos que alguns dos seus estudantes podem ter, como Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD).
Você conhece o TGD e sabe como ele atua no desenvolvimento do seu aluno? Tem ciência de como esses transtornos podem exigir um pouco mais de cuidado da sua parte como educador? Esse nosso artigo te explicará o que é TGD e como ele modifica sua abordagem profissional para levar ensinamento adiante. Acompanhe.
Os transtornos de interações sociais, conhecidos como Transtornos Globais do Desenvolvimento, são uma categoria de síndrome que engloba cinco patologias:
· Autismo;
· Síndrome de Asperger;
· Síndrome de Rett;
· Síndrome de Heller ou Transtorno Desintegrativo da Infância;
· Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação (também conhecido como Autismo Atípico).
As características desses transtornos estão ligadas a problemas no desenvolvimento de funções que são básicas para a interação humana, como socialização, comunicação (oral ou escrita), entre outras. Os sintomas costumam aparecer na primeira infância e podem ser percebidos antes dos três anos de idade. É por isso que o papel do educador no entendimento dessas disfunções é de extrema importância: ele, junto com a família e um profissional da saúde, tem o papel de ajudar esse ser a compreender o mundo à sua volta e poder interagir com ele da melhor maneira possível. Esse desafio deve ser levado e entendido por todas as partes que apoiam o indivíduo durante sua fase inicial de desenvolvimento.
O TGD faz com que a pessoa que tem algum desses transtornos acabe com dificuldade de compreensão da linguagem, tanto para usá-la quanto para compreendê-la. Também é difícil se relacionar com indivíduos ou objetos. Eventos sociais são outro desafio. Além disso, mudanças na rotina ou no ambiente em que a família está não são sentidas de maneira fácil. Quem tem algum Transtorno Global do Desenvolvimento ainda pode ter uma relação não usual com brinquedos e apresentar padrões de repetição em movimentos do corpo ou comportamental. Abaixo explicamos as cinco patologias englobadas pelo TGD.
O Autismo é um transtorno que afeta o sistema nervoso do indivíduo. São muitos os graus da patologia e a gravidade com que ela aflige quem a possui, por isso é bastante importante conhecer de perto a pessoa que faz parte desse espectro. Como outras patologias dos Transtornos Globais do Desenvolvimento, o Autismo também atinge a comunicação e interação social. Quando o diagnóstico acontece precocemente, o trabalho e o resultado dele podem ser sentidos de uma maneira mais pungente já que acaba por fazer parte do processo inicial de desenvolvimento da criança. Quanto mais cedo isso ocorre, mais chances dos sintomas serem reduzidos e que o aprendizado seja mais fluido. Terapias comportamentais, educacionais e familiares são a base para o tratamento.
Uma pessoa autista pode ser agressiva com os outros indivíduos, o que dificulta o trabalho da sua inserção no meio social em que vive. O sintoma mais conhecido é a falta de contato visual. Essas pessoas não se sentem confortáveis para olhar nos olhos de outras e é um ponto em que o educador sempre deve estar atento. Além disso, pode haver casos de automutilação, bem como episódios de histeria, denunciados pelos gritos, e também hiperatividade, impulsividade e forte irritação e/ou desconforto perante situações comuns. A repetição, tanto de palavras como de movimentos, seja algo que tenha sentido ou não, também está dentro do conjunto de sintomas autistas que atinge o comportamento.
O educador deve entender muito bem sobre pessoas com essa disfunção para poder ajudar da melhor maneira possível, já que a dificuldade de aprendizagem aparece constantemente nessas pessoas. Também, é necessário saber como se comunicar com esse aluno porque o atraso de fala em uma criança, por exemplo, está intimamente ligado com a dificuldade dela em criar uma visão de mundo mais orgânica.
As faculdades cognitivas também são afetadas e quem possui Autismo tem uma falta de atenção crônica ou pode agir com interesse extremo em um número pequeno de assuntos, o que faz com que a empolgação por aqueles tópicos seja exacerbada e outras discussões não recebam a devida atenção. Tudo isso influi diretamente no papel que o educador precisa construir juntamente com a família da pessoa autista. Somente o apoio mútuo consegue caminhar pelo desenvolvimento da criança com mais assertividade.
O Educamundo oferece um curso online sobre esse transtorno. São abordados conceitos acerca do Autismo, bem como é feito uma historicidade dele por meio de um material de estudo diverso e com base científica. O objetivo é ajudar na efetivação da socialização da pessoa com essa patologia e por isso o conteúdo sobre o tema é extremamente completo. Além disso, o curso online trabalha de uma forma mais pragmática com os recursos que o educador precisa ter para que sua abordagem seja focada mais na realidade e não puramente na teoria.
Também dentro de um espectro autista, a síndrome de Asperger faz parte dos Transtornos Globais do Desenvolvimento. Diferente do Autismo em si, visto no tópico anterior, essa disfunção costuma ter uma adaptação de funções um pouco maior. Isso significa que as características comportamentais vistas em uma pessoa autista também são comuns aqui – como agressão, comportamento antissocial, hiperatividade, impulsividade, entre outros – contudo o indivíduo consegue se adaptar com mais facilidade ao trabalho de desenvolvimento que é feito pelos pais e educadores (os profissionais da saúde também estão sempre presentes, sem eles não é possível caminhar com as pessoas que fazem parte do grupo que possui quaisquer uma das síndromes que falamos durante este texto).
A Síndrome de Asperger tem algumas características únicas e elas afetam principalmente os músculos. A pessoa pode apresentar uma coordenação motora ruim e, por consequência, se tornar incapaz de combinar certos movimentos musculares. Pode ser percebido como uma simples falta de jeito, por isso as pessoas em volta devem se atentar para não acreditarem simplesmente que isso é um tique passageiro.
Terapia comportamental e treinamentos focados na comunicação social do indivíduo com Síndrome de Asperger devem ser postos em prática. Isso auxilia a tratar outros aspectos comuns da síndrome, como depressão e os pesadelos – que podem ser frequentes.
A Síndrome de Rett muitas vezes é confundida com Autismo, mas essa patologia é muito mais severa. A grande maioria das pessoas que são acometidas por essa disfunção são meninas. Os meninos, quando nascem com a síndrome, costumam não sobreviver. A irritabilidade e a dificuldade de interação social são duas características que a colocam fortemente no espectro autista mais comumente conhecido. Aqui, contudo, a irritação se dá mais fortemente pela presença de um choro que a família ou outras pessoas próximas não conseguem consolar. Outro fator que pode fazer com que essas pessoas recebam o diagnóstico de Autismo é o desinteresse pelo ambiente e contexto que as rodeiam. Muito disso também pode ser devido à falta de foco auditivo que as pessoas que possuem essa síndrome têm. Mesmo com exames específicos que apontam uma audição normalizada, as crianças parecem não escutar o que é dito para elas. Esse é mais um desafio a ser vencido por parte do educador para que ele consiga ensinar o que é necessário ser repassado para essa pessoa.
As meninas que são diagnosticadas com a Síndrome de Rett costumam sofrer uma parada nas habilidades motoras. Isso acaba incluindo a fala, já que alguns movimentos da área maxilar são estabilizados e impedem com que elas se comuniquem. O acompanhamento de um educador é essencial nesse quesito, como podemos perceber, já que a dificuldade de comunicação está atrelada a processos físicos que devem ser trabalhados por áreas da saúde para então continuar seu trabalho feito pela educação tanto na escola quanto em casa.
A capacidade de movimentação também acaba por atingir as chamadas habilidades motoras finas que são aquelas que têm a ver com o uso prático das mãos. As crianças com Síndrome de Rett, então, não conseguem manipular objetos de forma satisfatória, o que aflige na interação que ela poderia ter com situações de brincadeiras. Como não consegue manusear os brinquedos, parte da sociabilidade infantil, e também de seu desenvolvimento como ser, fica comprometida. Isso, contudo, é periódico, mas após essa perda de capacidades, o traço mais clássico do transtorno aparece: alguns movimentos estereotipados da Síndrome de Rett surgem. Cada menina pode desenvolver sua movimentação específica, mas as mais comuns incluem gestos de lavar as mãos, levar esses membros até à boca, bater e/ou apertar as mãos contra alguma parte do corpo, entre outras.
Os membros da família e o educador que acompanham essas crianças precisam ter consciência de que todas elas apresentam deficiência mental. O grau costuma ser bastante grave e alguns estudos apontam que o intelecto de quem tem Síndrome de Rett atinge o máximo do desenvolvimento intelectual de uma pessoa com 24 meses de idade e sem a disfunção em questão.
A Síndrome de Heller (também conhecida pelos nomes Transtorno Desintegrativo da Infância ou Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância) é vista em crianças com mais de três anos de idade. A partir de algum momento após essa idade, o indivíduo começa a perder gradativamente as habilidades que havia aprendido, o que, novamente, faz com que a patologia seja confundida com o Autismo, que já falamos no início desse artigo.
A chamada fase de regressão, que é quando a criança não continua se desenvolvendo, tem uma duração média de 1 a 2 meses e a pessoa, bem como sua família, precisa de apoio de profissionais da saúde bem como de educadores durante todo esses períodos e também posteriormente. Como nessa idade as crianças já estão em fase de socialização, perder habilidades adquiridas com o passar dos anos reflete muito na maneira como ela percebe o mundo ao seu redor. É extremamente comum que a pessoa passe por momentos de confusão ou muita agitação porque é difícil assimilar o que está acontecendo. Se isso ocorre com quem tem a Síndrome de Heller, quem está à sua volta também é impactado porque pode se sentir desnorteado perante a situação, o que é uma reação totalmente comum. Por isso, é importante que toda a base da criança que tem esse transtorno possa contar com um profissional da educação que conhece sobre a patologia, estudou seus efeitos e está preparado para embarcar nessa jornada de redescobrimento social e intelectual.
Tudo isso faz parte de uma abordagem maior sobre a disfunção que é tratada de uma forma multimodal. Isso significa que a pessoa com Transtorno Desintegrativo da Infância faz uso de medicamentos para tratar sintomas que são colaterais à patologia principal, como os transtornos do sono. Incluído nessa forma de tratar a síndrome, estão as terapias, tanto físicas quanto sociais. Os remédios ajudam na integração da pessoa à sociedade, mas também precisam do apoio de uma equipe em volta para estimular a sensação de pertencimento daquela criança ao meio em que ela convive.
O Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação (TID-SOE) é um caso especial a ser olhado. Isso porque sua própria definição não delimita muito bem quais são os sintomas que as crianças podem vir a enfrentar. Para ser diagnosticada com TID-SOE, a pessoa pode apresentar alguma deficiência de domínio social e em outras duas áreas, sendo as mais comuns a comportamental e a comunicacional. Algumas especificidades técnicas médicas se desencontram porque para o Autismo, síndrome também relatada dentro dos Transtornos Globais de Desenvolvimento e que pode ser confundida com esse transtorno em questão, é necessário que o indivíduo apresente no mínimo seis sintomas. Além disso, o TID-SOE pode acontecer a partir dos 3 anos de idade, o que não é visto comumente no Autismo e por isso também acaba por receber o nome de Autismo Atípico.
Seja como for o entendimento biológico da patologia, uma coisa é correta: a pessoa que tem esse transtorno também precisa de apoio da família e profissionais preparados. A interação social, como visto anteriormente nas outras síndromes, é atingida e é necessário suporte para que a criança com TID-SOE consiga se comunicar com o mundo que a envolve.
Como educador, o primeiro passo que você precisa dar é estar ciente de como essas patologias podem mudar sua dinâmica no trabalho com essas crianças. O curso online Transtornos Invasivos do Desenvolvimento – Fundamentos Essenciais te ajuda na missão de se capacitar para que consiga reconhecer as disfunções citadas nesse artigo bem como os conhecimentos do curso sobre Transtornos Globais do Desenvolvimento. Para aumentar seu conhecimento sobre o assunto, você também pode fazer o Curso Online Autismo.
Aproveite que no Educamundo você tem todo esse conhecimento disponível sem precisar se matricular para cada curso online e inscreva-se hoje mesmo. É importante ressaltar que o papel de diagnosticar os transtornos citados, e também outros, nas crianças é especificamente de um profissional da saúde e não da família ou mesmo de alguém da área da educação. Estudar sobre essas disfunções, contudo, é extremamente importante, já que dessa maneira sua parte como educador será ainda mais especial quando souber como ajudar as pessoas que têm algumas das síndromes citadas e, consequentemente, a família delas.
Comente abaixo o que achou do artigo ou sua experiência com crianças que possuem algum tipo das patologias citadas acima.