Por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus (covid-19), escolas na Bahia, colégios em Santo André, faculdades em Minas Gerais e quaisquer outras instituições de ensino no Brasil tiveram que parar com suas aulas presenciais.
Com isso, desde o mês de março inúmeros alunos no país estão tendo aulas de maneira remota, isto é, de suas casas.
Porém, nas últimas semanas, devido a medidas de flexibilização, diversas escolas estão voltando, aos poucos, com as aulas presenciais.
É claro que em uma nova realidade e com diversas mudanças e adaptações.
No entanto, apesar desse retorno gradual, o cenário ainda é bastante incerto e ainda há muito medo e preocupação, afinal de contas, a pandemia não acabou.
Sendo assim, levando em conta este contexto, surge o ensino híbrido, uma modalidade que está ganhando cada vez mais força e que deve estar presente em muitas instituições de ensino a partir do ano que vem.
Até pouco tempo atrás, o modelo de ensino mais popular no Brasil era basicamente este:
Os alunos frequentavam escolas durante alguns anos, passavam algumas horas do dia no local ouvindo professores, faziam atividades/provas e assim estudavam e aprendiam. Era o que estávamos acostumados.
Hoje, por conta dos avanços tecnológicos (e pela nova realidade imposta/intensificada pela covid-19), o ensino pode (e será feito) a partir de agora de uma outra maneira, de um jeito mais digital, flexível e remoto.
E é sobre isso que trata o ensino híbrido! Ou seja, este tipo de ensino é desenvolvido para ser feito no ambiente digital, de uma forma que os estudantes não precisem ir, de fato, até o colégio ou faculdade para estudar.
Por isso, aprender, saber lidar e dominar as tecnologias é essencial para os dias de hoje. Não dá para ficar “parado no tempo”.
Não. Na verdade, o modelo de ensino híbrido será um complemento ao ensino tradicional. Ou seja, as aulas poderão acontecer tanto de maneira presencial quanto digital. Uma não exclui a outra.
Então, por exemplo, em uma sala de aula com 30 alunos, em vez de todos irem para a escola de segunda a sexta, apenas metade vai em certos dias, enquanto que os outros fazem a aula online, e depois isso é invertido.
Ou seja, há uma integração e isso faz com que a forma de estudar seja muito mais personalizada e menos “quadrada”.
Basicamente, há quatro pontos que merecem ser ressaltados:
Os alunos podem ver e rever as aulas quantas vezes forem necessárias, até que entendam o conteúdo. Além disso, podem fazer pesquisas na internet além do que foi visto em aula;
Os estudantes tendem a ficar mais envolvidos e engajados com a variedade de materiais selecionados para um determinado conteúdo;
Os professores avaliam regularmente as necessidades do aluno;
E as salas de aulas, mesmo que virtuais, são ambientes de trocas sociais, de relacionamento, cooperação, colaboração, trabalho em equipe, etc.
Como você deve imaginar, existem certos desafios para que o ensino híbrido seja implementado no Brasil, sendo os principais:
Problemas técnicos e acessibilidade inadequada (internet, computadores, celulares, etc.);
Problemas de infraestrutura;
Falta de sabedoria e qualificação em relação aos dispositivos e ferramentas tecnológicas;
Falta de apoio e ajuda de pais/responsáveis.
Não importa a modalidade de ensino, o estudante é o centro da aprendizagem e por conta dessas mudanças que estamos vivenciando, hoje, ele é muito mais ativo, ele é o protagonista e o professor um mediador, um profissional que faz orientações, intervenções e mostra caminhos.
Por isso, inclusive, esses profissionais precisam estar preparados para esta nova realidade.
Por exemplo, durante a pandemia ficou evidente que muitos professores têm dificuldades em relação às tecnologias, em usar computadores, celulares, tablets, softwares e ferramentas digitais.
E isso precisa ser mudado, isto é, os professores precisam se adequar e aprender para conseguirem ensinar neste novo cenário.
Os recursos que os professores têm para ensinar vão muito além da lousa e dos livros.
Além disso, nesse tipo de ensino, o professor não prepara mais a aula de modo igual para todos. Ele entende a realidade de cada estudante e a adapta para que todos consigam aprender - até porque, ninguém é igual, cada um possui certas características, habilidades, facilidades e dificuldades.
Não só a relação professor e aluno que vai mudar, a de pais/responsáveis também.
Isso porque, os pais/responsáveis vão precisar se equilibrar entre o trabalho e a supervisão da educação de seus filhos e todo apoio é de suma importância, desde algo relacionado a um conteúdo ou relacionado às tecnologias.
O fato é que os pais/responsáveis também precisarão estar envolvidos no crescimento acadêmico de seus filhos. Não basta apenas mandar o filho para a escola e pronto.
É preciso ir além, é preciso ouvir as crianças, entender suas dificuldades, dar atenção e ajudar sempre que for necessário.
Dessa forma, as chances delas aprenderem de fato e se tornarem pessoas preparadas para a vida adulta são muito maiores!