A presença da música na vida do homem se faz presente desde os tempos da pré-história, quando ele ouvia os sons da natureza e os imitava para se comunicar. De lá até os dias de hoje, muitas informações sobre a música, sua influência no comportamento humano e seus efeitos na educação foram descobertas. Prova disso é que desde 2008, a música é obrigatória no ensino fundamental, pela Lei 11769/08 , mas a música na educação infantil já estava presente mesmo antes disso.
O documento de Políticia Nacional de Educação Infantil vem sofrendo modificações, pois o desenvolvimento da sociedade e a modificação do núcleo familiar fez necessária a intervenção do Estado na educação de crianças de 0 a 6 anos, que é a idade que caracteriza a educação infantil. Através das Diretrizes Curriculares da Educação Infantil Nacional, o Estado orienta como deve ser o trabalho com esse grupo por meio de práticas pedagógicas como a promoção do relacionamento e a interação das crianças com diversas manifestações de arte, como música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura.
Em outras palavras, este documento traz a música como parte das práticas pedagógicas a serem realizadas na educação infantil. A importância da música na educação infantil torna sua presença necessária para estimular diversos processos cognitivos e experimentais para as crianças, por isso, neste artigo você encontrará algumas maneiras de levar a música para o seu planejamento pedagógico, e também, algumas atividades que podem ser inseridas no curso de musicalização infantil da sua escola e na rotina dos alunos de 0 à 6 anos.
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A presença da música na escola levanta questões sobre como ela deve ser trabalhada nesse contexto. Quando a legislação surgiu em 2008, uma das questões que apareceram entre as preocupações com a inserção da música no ambiente escolar de maneira obrigatória, foi a necessidade dos profissionais estarem familiarizados com a linguagem. Mas, se tratando do curso de musicalização infantil, e mesmo do ensino fundamental como um todo, a experiência musical que o educador proporcionará ao aluno é muito mais importante do que sua formação.
Um educador que está sempre se reciclando e consumindo arte, que procura estar em contato com as linguagens artísticas e a diversidade delas, aumenta sua vivência e seu repertório. Ele pode mediar o contato com a música mesmo não sendo músico, pois se tratando da função da música na educação infantil, o objetivo é que a criança experimente o fazer musical e exercite sua criatividade através da linguagem musical.
Infelizmente, para muitas escolas não existe a opção de ter um profissional da música no seu quadro. Mas, limitar o ensino musical aos professores de música é limitar a existência da linguagem nas escolas. O ponto positivo da presença de um educador formado em música dentro da escola é que este traz a garantia do aprofundamento na linguagem, ou seja, ele consegue implementar programas e atividades que focam na parte técnica da linguagem musical, como tocar um instrumento.
O mais importante na discussão sobre a música na escola é que o educador proporcione à criança vivenciar a linguagem musical da maneira mais abrangente possível, pois é através deste contato que ela amplia seu repertório.
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Em ambos os ambientes, tanto em casa como na escola, a criança entra em contato com a música de maneira experimental, aprendendo através da vivência todas as sensações que a música lhe causa e ensina. Algumas características, entretanto, são bastante diferentes, como a exposição da criança às músicas em casa ou em ambientes sociais, geralmente ser de maneira natural e não muito reflexiva.
Socialmente, as pessoas costumam consumir música como maneira de entretenimento e diversão, e isso é passado para as crianças através dos ambientes em que elas encontram esse tipo de situação. Uma criança pode aprender música em qualquer lugar que ela esteja tocando, sem mediação. Essa talvez seja a principal diferença de um ambiente informal do ambiente de educação formal, a forma como a criança é exposta à música.
No contexto educacional, os profissionais educadores entendem que a abordagem tem outro sentido dentro da sala de aula, onde as atividades musicais e como trabalhar música na educação infantil têm relação direta com os objetivos a serem atingidos em determinado grupo de alunos, de determinada faixa etária.
Refletir o ensino da música na sala de aula se faz necessário para acessar todos os pontos positivos de seu auxílio no desenvolvimento da criança, estimulando seu uso de maneira sábia. Os educadores podem usá-la dentro da sala de aula como recurso de entretenimento, mas este fim não é o único objetivo. Assim, como os pais podem usar a música em casa como maneira de incentivar as crianças no aprendizado, o que é bem comum. A prática reflexiva do consumo e uso da música na educação infantil é que faz dos ambientes serem distintos na maneira de aplicá-la ao cotidiano da criança.
A importância da música na educação infantil leva os educadores a acrescentá-la nas atividades do dia a dia, além da própria aula de música na educação infantil. Abaixo, você encontra algumas maneiras de levar a música para a sala de aula e tornar as experiências das crianças mais significativas.
A hora de brincar pode ser muito divertida com a presença da música. Há no mercado diversas cantigas que facilitam os jogos de roda, brincadeiras clássicas em forma de música e o uso da sonoridade como parte do enredo.
Muitas histórias são contadas para as crianças em forma de música, como “atirei o pau no gato-to, mas o gato-to não morreu-rreu-rreu”, entretanto, a música também pode ser usada como efeito na contação de histórias. Através de diferentes objetos é possível produzir “efeitos sonoros” que dão maior intensidade às histórias e prendem a atenção das crianças.
Para introduzir os movimentos à rotina das crianças, você pode usar músicas ou mesmo sequências sonoras que definem os movimentos do corpo. Usar o próprio corpo como instrumentos para criar música e se movimentar também é muito interessante. A criança cria sua própria música com o próprio corpo e também pode criar danças novas ou movimentações livres ritmadas de acordo com a música apresentada. Outro jeito é você ensinar coreografias de algumas músicas e permitir que elas ensinem também, com certeza elas vão gostar.
Um exercício muito interessante de se fazer em classe é a observação dos sons do ambiente. Através dessa observação, você pode mostrar às crianças como o universo é musical e incentivar que elas descubram novas coisas no ambiente que emitam sons diferentes, inclusive, elas mesmas. Ou você pode trazer algumas músicas e investigar com elas os instrumentos, a letra e outros elementos da música que elas conseguem perceber, nestes exercícios você também trabalha a escuta.
Não basta ouvir a música, conhecer, criar e realizar também é muito importante. No curso de musicalização infantil você pode trazer instrumentos para a criança conhecer e tocar, estimulando o fazer e a criatividade dela em contato com o instrumento. Você também pode apresentar outras formas de fazer música e as experimentar com as crianças, estimulando que elas criem suas próprias.
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No artigo "Experiência auditiva no meio intra-uterino", Patrícia Nunes descreve os efeitos positivos da música no desenvolvimento do bebê, dentre eles, a memorização. O feto já tem diversas experiências sonoras, sons da própria mãe e do ambiente em que ela está são perceptíveis por ele e, com estes sons ele já começa a aprender. Ele presta atenção para ouvir todos estes sons e buscar significados para eles.
O mesmo acontece com as crianças. Para conseguir participar da experiência sonora, a criança precisa estar atenta ao que está acontecendo com ela e no ambiente no momento em que está acontecendo, como observar a ausência do som. Raramente as crianças têm a experiência de apreciar o silêncio, pois mal percebem sua presença ou ausência, essa percepção pode ser trabalhada em sala de aula a fim de se desenvolver e apurar a escuta.
Desenvolver a escuta faz com que a percepção dos sons seja mais apurada, e, em casos mais específicos, a escuta pode auxiliar no processo da criança ser empática e ouvir o outro, o educador, os pais, etc. Ou mesmo aumentar seu interesse pela pluralidade de sonoridades que há no mundo e na música. Mas, para apreciar o som é necessário conhecer e perceber a falta dele.
Trabalhar a música na educação infantil através do corpo pode ser muito interessante, o fazer musical com esse instrumento é bastante íntimo e sensível. Você é a música, você faz a música: obra e artista integrados no mesmo instrumento físico. Além de ouvir, a criança pode sentir as ondas sonoras passando pelos partes em que os sons são emitidos. Há essa energia da musicalidade que envolve as crianças durante o processo de criar música e experimentar música pelo próprio corpo, num simples estalar de dedos.
A pedagoga Marta Terezinha conta no artigo "Som e Música: Corpo em Movimento", suas experiências recentes de como a musicalização associada ao movimento contribuiu para o desenvolvimentos dos seus alunos de 0 a 2 anos. No seguinte fragmento, ela salienta que a atenção do professor ao aplicar os exercícios faz toda a diferença no andamento das atividades: "Estar sempre atento e observar com atenção as ações das crianças com frequência, fazendo anotações, é uma forma de perceber que o que estamos proporcionando a elas tem sentido e significado, e que vale a pena criar e arriscar com atividade novas.".
Abaixo, alguns sons foram listados para você inserir nas atividades trabalhadas na aula de música na educação infantil:
Bater palmas;
Estalar os dedos;
Ao bater em outras partes do corpo com a mão reta, o som é mais agudo. Com a mão em conche, o som se torna mais grave; etc.
Sons com a língua (estalar, tremer “trrrr”);
Ranger e bater os dentes;
Sons com os lábios (tremer “brrrrr”, beijo);
Soprar ( com os dentes apertados “xi”, “si”, “fu”, “pa”), sons da chuva, sons do vento; etc.
Voz variando entre grave e agudo;
Engolir;
Gargarejar (só com líquido), etc.
Inspirar e experar.
Bater os pés.
Você também pode descobrir sons diferentes e associar ritmos para criar novas músicas com as crianças, não se prendendo apenas ao que já sabe, mas também sendo aberto a novas descobertas.
É possível fazer som com praticamente todas as coisas que existem no mundo, tudo pode se converter num instrumento musical. Inclusive, uma atividade interessante de se propor na sala de aula é a construção de instrumentos musicais com recicláveis. Abaixo seguem duas atividades para iniciar a orquestra mirim na aula de música na educação infantil.
Além de ser bastante divertido e criativo construir os próprios instrumentos, as crianças entram em contato com o conceito de reciclagem, reutilização e ressignificação do objeto, por exemplo:
Você vai precisar de latas e bexigas. Recorte as bexigas e encaixe na boca das latas de maneira que fiquem bem esticadas. Você pode prender dos lados e oferecer materiais para as crianças decorarem.
Você pode usar garrafas ou tubos de cosméticos ou alimentos limpos. Há algumas opções do que colocar para fazer barulho dentro dos chocalhos como arroz, palitos de dentes, bolinhas de diferentes materiais e ainda é possível colocar materiais decorativos do lado de dentro.
Montar uma orquestra mirim na sala pode parecer difícil, se for necessário instrumentos musicais para todas as crianças. Entretanto, você pode transformar qualquer objeto em instrumento musical. Ressignificar objetos faz parte de ser criança e de sua experiência lúdica.
Escolha alguns objetos e entregue para as crianças, como um maestro, organize as ordens das sonoridades e comece a tocar. Sua orquestra miriam estará pronta dentro da sala. Você percebe como trabalhar música na educação infantil é divertido?
Que som é esse?
Com os olhos vendados, a criança tenta descobrir qual é o som que o colega está emitindo.
Qual é a música?
Através de sons feitos com a boca, sem cantar as palavras, a criança tenta descobrir qual é a música representada pelo colega.
Qual é o instrumento?
Enquanto um aluno é vendado, os outros escolhem instrumentos. Eles tocam para o aluno que está vendado e ao parar, este aluno deve descobrir qual foi o som e de que parte da sala ele veio.
Adoleta - Em roda as crianças sobrepõem as mãos umas das outras e começam a bater do lado esquerdo em sequência. Sempre que chegar no “saiu foi tu” a pessoa sai da roda.
“Adoleta
le peti petecolá,
les café com chocolá.
Adoleta
Puxa o rabo do tatu,
quem saiu foi tu,
puxa o rabo da panela,
quem saiu foi ela,
puxa o rabo do pneu,
quem saiu fui eu”
Corre cotia - Em roda as crianças sentam e fecham os olhos. Uma fica em pé para esconder atrás de um dos que estão sentados a prenda, enquanto as outras cantam a canção. No fim da canção a pessoa que achou a prenda corre atrás da que escondeu antes que ela sente.
“Corre cotia na casa da tia, corre cipó, na casa da avó.
Lencinho na mão, caiu no chão.
Moça bonita do meu coração.
Pode olhar? Não! Ninguém vai olhar? Não.”
Ciranda - Em roda, todos de pé se dão as mãos e começam a rodar.
“Ciranda, cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar
O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou.
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou."
Um Homem bateu em minha porta - Pulando a corda, as criança cantam. Vão fazendo os comandos dentro do movimento da corda.
"Um homem bateu em minha porta
E eu a-bri
Senhoras e senhores: põe a mão no chão
Senhoras e senhores: pule de um pé só
Senhoras e senhores: dê uma rodadinha
E vá pro olho da rua
Ra, re, ri, ro, ru, rua
Ao relembrar todas essas brincadeiras, você deve ter sentido uma nostalgia, aproveite e descubra mais brincadeiras que como estas, que você pode levar para a sala de aula.
Rituais são importantes para as crianças, principalmente para alimentar a sensação de pertencimento e de fraternidade dentro do grupo. Músicas de saudações são muito interessantes para romper a energia da criança que vem de outro local ou que acabou de acordar. Ela serve como instrumento para as crianças se ambientarem no novo espaço e estarem presentes e atentos durante a aula. O educador pode usar a canção de saudação para ensinar os nome dos alunos no dia a dia, fazê-los cantar e se apresentarem, resultando no entrosamento da turma.
A canção de despedida é igualmente necessária para organizar a saída e preparar a criança para ir embora. Existem muitos métodos de como trabalhar música na educação infantil e objetivos diferentes, dependendo de cada escola e grupo pedagógico. Mas uma coisa é certa: a música faz toda a diferença no universo infantil, pois através dela resultados incríveis se dão no desenvolvimento integral das crianças.
A importância da música na educação infantil é inquestionável, pois a música faz parte do ser humano, do mundo e da realidade da criança. Agora que você já sabe disso, aproveite o navegador aberto, acesse o Curso Online Música na Educação Infantil e faça já a sua inscrição. Com todas essas informações você com certeza incluirá música no seu próximo planejamento de aula.