O inglês instrumental, também chamado de ESP – English for Specific Purposes, em tradução livre “Inglês para propósitos específicos”, é bem o que essa denominação diz: tem uma finalidade bem definida.
O ESP tem como objetivo ensinar como ler e compreender textos em inglês sem que se tenha domínio do idioma.
Vemos muito sobre ser voltado a textos acadêmicos, mas as técnicas e estratégias de leitura são amplamente utilizadas também para ajudar estudantes em vestibulares e exames como o Enem.
Professores de inglês têm um papel fundamental para facilitar esse processo. Além disso, há atualmente outras opções em que o aluno pode aprender sozinho, como um curso de inglês instrumental ou de interpretação de textos em inglês.
No inglês instrumental, a gramática é contextualizada e o vocabulário é geralmente relacionado à área de estudo do aluno. Aliás, isso nos leva a explicação que vem a seguir. Acompanhe!
Por ter o vocabulário relacionado à área do aluno, muitas vezes o ESP é confundido com o inglês técnico. Eles se diferenciam pelo propósito, mas isso não significa que um método não use estratégias do outro.
O inglês técnico capacita profissionais nas habilidades de leitura, fala e escrita com fluência na área específica. Para isso, utiliza vocabulário e expressões que o profissional usará em seu dia a dia.
O ESP se estabeleceu na área de ensino do idioma como segunda língua nos anos 60. O marco foi o início do ensino de inglês instrumental, em 1962, com a publicação do texto “Some measurable characteristics of moderno scientific prose”, de Charles Barber.
A partir de então começaram a ser publicados os primeiros livros de inglês instrumental e, é claro, os cursos começaram a surgir em todo o mundo.
No entanto, o ESP sempre existiu, de maneira informal. Nos impérios na Antiguidade, por exemplo, a língua era usada com o propósito específico de estabelecer relações de dominante e dominado.
Além disso, também era utilizado para facilitar a comunicação entre os mercadores no século 15. David Bloor, um sociólogo britânico, inclusive citou a existência de um manual do ano 1415, destinado aos mercadores de produtos agrícolas e lãs.
Esse manual é algo como um curso de inglês para negócios, pois apresentava um vocabulário técnico da área da indústria da lã.
No Brasil, o inglês instrumental surgiu como uma necessidade das universidades, no final da década de 70.
Conforme as ciências e a tecnologia se desenvolviam, surgiu a necessidade de mais informações sobre essas áreas. E como isso acontecia (como muito sabemos hoje) de forma muito rápida, não havia tempo hábil para as traduções das bibliografias.
A então coordenadora do programa de mestrado em Linguística Aplicada da PUC, Antonieta Celani, planejou um projeto em nível nacional, que atendesse a necessidade de professores treinados, de materiais produzidos e de um centro nacional de recursos.
Foi então que surgiu o CEPRIL – Centro de Pesquisas, Recursos e Informação em Leitura, e a disciplina inglês instrumental foi inserida no currículo da maioria dos cursos de graduação.
Para trabalhar a habilidade de leitura, há duas técnicas principais no inglês instrumental, conhecidas como skimming e scanning.
Essas técnicas de leitura utilizadas pelo inglês instrumental, também são estratégias de leitura, aplicadas para ajudar a traduzir textos mais rapidamente e identificar informações.
Skimming e scanning são técnicas de leitura que ajudam o leitor a explorar e identificar pontos essenciais para a sua compreensão do texto e retirada das informações que precisa.
A estratégia de leitura conhecida como “skimming” consiste em uma “olhada” no texto, de forma rápida e superficial. Um dos significados atribuídos ao termo é, inclusive, “passar levemente sobre”.
A ideia é que com essa “passada de olho”, o leitor explore as informações do texto e tenha uma compreensão geral sobre o tema principal. O skimming também determina se o leitor vai ou não ler o texto de forma mais detalhada.
É no momento do skimming que a atenção deve se voltar a:
pistas tipográficas, como números, datas, fotografias, gráficos, figuras, cabeçalhos, palavras destacadas etc.;
palavras cognatas;
falsos cognatos; e
tudo que sirva como dica da ideia geral do texto.
O scanning significa “escaneamento”, ou seja, o leitor faz uma varredura no texto com a finalidade de buscar informações objetivas.
Este tipo de leitura tem como foco encontrar um significado determinado, uma palavra-chave ou uma informação específica.
Para que você entenda melhor, é o que acontece quando pesquisamos em um dicionário, por exemplo.
A opção por esta estratégia depende do objetivo do leitor, se ele sabe exatamente o que procura, é o scanning que vai ajudá-lo.
Ao longo do texto já elencamos algumas das principais vantagens do inglês instrumental, mas vamos reforçar.
Ao se candidatar para fazer mestrado, uma das provas que deve fazer é de proficiência em inglês. Nem precisamos dizer o quanto o inglês instrumental vai ajudar, não é mesmo?
Quem vai fazer exame de proficiência em inglês vai precisar de uma habilidade adicional, que o inglês instrumental não ensina: o speaking (falar). No entanto, não significa que o ESP não ajude com as outras habilidades.
Dependendo da vaga, você precisará ser fluente no idioma. Entretanto, há vagas que apenas exigem que o candidato compreenda textos em inglês. Sendo assim, o inglês instrumental é um grande diferencial.
Esperamos que tenha gostado do conteúdo. As dicas de inglês instrumental valem tanto para estudantes de graduação quanto para alunos que vão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio. Além disso, são de extrema importância para profissionais da Educação, que precisam dominar as técnicas para preparar esses estudantes.
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