Plantas medicinais são espécies vegetais, cultivadas ou não, utilizadas para fins terapêuticos. Após os processos de coleta, estabilização e secagem a planta passa a ser chamada de droga vegetal. Nesse estágio ela pode ser apresentada na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada.
É difícil definir o momento exato que as plantas começaram a ser usadas. Os primeiros registros sobre plantas medicinais e para que servem, que se tem acesso, são da Mesopotâmia, de aproximadamente 2600 a.C. Os escritos em tábuas de argila, citavam cedro (Cedrus sp), cipreste (Cupressus sempervirens), alcaçuz (Glycyrrhiza glabra), mirra (Commiphora myrrha) e papoula (Papaver somniferum), espécies utilizadas até hoje no tratamento de enfermidades.
No Brasil, o uso de plantas para prevenção e tratamento de doenças fazia parte da tradição dos povos nativos, antes mesmo da chegada dos Europeus. Os diversos tipos de ervas medicinais encontrados no país, especialmente na Amazônia, surpreenderam e encantaram os colonizadores.
Embora algumas das propriedades terapêuticas atribuídas às plantas revelaram-se incorretas, o conhecimento herdado da cultura indígena sobre as plantas medicinais brasileiras, somado às espécies trazidas pelos povos que colonizaram o país, são ainda hoje o principal recurso terapêutico de muitas famílias.
Preocupada em garantir o uso seguro e racional dos produtos vegetais, a Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciou no final da década de 70, campanhas para que seus estados-membros adotassem políticas e regulamentações nacionais referentes à utilização de remédios tradicionais.
Esta medida aumentou o incentivo à pesquisa sobre plantas, o que possibilitou a descoberta de novas propriedades terapêuticas e culminou na inclusão destes recursos na atenção básica de saúde de vários países, incluindo o Brasil (saiba mais em Plantas que curam: conheça as plantas medicinais oferecidas pelo sus ).
Trouxemos neste artigo um pouco do que é abordado em um dos nossos cursos online, para lhe ajudar a entender mais sobre o universo das plantas medicinais e, principalmente, a utilizar estes recursos com mais segurança. Confira!
Por mais conhecidas que sejam as propriedades terapêuticas dos produtos naturais, muitas ainda não puderam ser comprovadas pela ciência. Por outro lado, houve casos em que ciência foi além, e descobriu benefícios adicionais aos indicados pelo uso popular, como mostramos no artigo Pesquisas sobre plantas medicinais: as descobertas mais recentes.
Para comprovar o que estamos dizendo, fomos atrás de algumas referências que traziam informações tradicionais e científicas sobre plantas medicinais e suas funções. Veja o resultado na tabela abaixo:
Espécie |
Uso tradicional |
Conhecimento científico |
Bergamota/Mexerica (Citrus bergamia) |
desinfetante; combate a gripes e resfriados. |
atividade antitumoral. |
Alecrim-de-Angola/Agno casto (Vitex agnus-castus L) |
eliminação da placenta; doenças de pele; restabelecimentos de funções reprodutivas. |
tratamento da síndrome pré-menstrual e da acne juvenil. |
Alho (Allium sativum L) |
combate à gripe, diarreia e parasitas intestinais; propriedades afrodisíacas e abortivas. |
tratamento da bronquite/asma, hiperlipidemia, hipertensão, sintomas de gripes e resfriados; prevenção da aterosclerose. |
Calêndula (Calendula officinalis L) |
alívio da cólica menstrual; tratamento de feridas e problemas de pele, úlceras gástricas e problemas hepáticos. |
propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes e antissépticas; indicada para o tratamento de lesões da pele e mucosas. |
Hipérico/ Erva-de-são-joão (Hypericum perforatum L.) |
espantar os maus espíritos; analgésico; tratamento da melancolia e da enurese noturna. |
tratamento de estados depressivos leves a moderados. |
Chapéu-de-couro (Echinodorus macrophyllus (Kunth) Micheli) |
depurativo do sangue; problemas renais e urinários; antialérgico; anti-inflamatório. |
propriedades diuréticas e anti-inflamatórias. |
Aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi) |
atividade anti-inflamatória; tratamento de problemas nas vias respiratórias e urinárias. |
propriedades anti-inflamatórias; uso como cicatrizante ginecológico. |
Capim-santo/cidreira (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf) |
alívio da dor de cabeça; calmante; tratamento de diabetes. |
atuação como ansiolítico e sedativo leve. |
Não podemos nos enganar pela embalagem (ou pela falta dela), assim como os medicamentos que compramos na farmácia, as plantas que curam também podem causar reações adversas e indesejadas. Veja abaixo alguns exemplos:
Apesar de ser um dos chás medicinais mais consumidos e ter benefícios comprovados, alguns dos quais você pode conferir no artigo Medicina popular brasileira: 5 plantas medicinais para ter em casa, o dente-de-leão é contraindicado para pessoas com obstrução dos ductos biliares e do trato intestinal. Ele também pode aumentar a acidez estomacal e provocar hipotensão.
O que muitos não sabem é que a sálvia faz parte da lista de plantas medicinais que podem causar toxicidade. Além de ser contraindicada na gravidez, lactação, hipertensão e insuficiência renal, o consumo de altas doses desta planta pode ser neurotóxico e hepatotóxico.
De acordo com a Farmacopeia Brasileira, a arnica não deve ser utilizada por via oral, pois pode causar gastroenterites, distúrbios cardiovasculares e falta de ar. A indicação é que seu uso seja exclusivamente externo, através de compressas. Você pode aprender como fazê-las no artigo Muito além dos chás: conheça 5 formas de utilizar plantas medicinais.
E aí? Você já sabia que a plantas podiam representar riscos à saúde ou acreditava que elas são 100% inofensivas? Conta pra gente!
As plantas medicinais possuem várias propriedades capazes de atuar na prevenção e cura de doenças. Os seus principais benefícios envolvem a presença de substâncias analgégicas, digestivas, expectorantes, antiespasmódicas, anti-inflamatórias, aperientes, diuréticas, cicatrizantes, antissépticas, ansiolíticas, sedativas entre outras.
Flores medicinais são todas aquelas utilizadas com objetivos terapêuticos. As mais populares são: hibisco (Hibiscus sabdariffa), calêndula (Calendula officinalis L.), lavanda (Lavandula angustifolia Mill.), camomila (Matricaria recutita L.) e dente-de-leão (Taraxacum officinale F. H. Wigg).
A planta medicinal é o recurso em sua forma natural, sem passar por qualquer processo de industrialização. Já o fitoterápico é o produto obtido de planta medicinal, ou de seus derivados, apresentado, geralmente, na forma de comprimido, cápsula, pomada, solução oral, tintura, entre outras.
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