A fisiologia estuda o funcionamento do organismo dos seres vivos com foco nas funções celulares, órgãos, tecidos e as interações do sistema como um todo. Divide-se em fisiologia vegetal e animal, esta que abrange os seres humanos (fisiologia humana).
Não tem como fugir. Todos os estudantes e profissionais que desempenham alguma atividade associada à biologia e saúde precisam entender de fisiologia. Se você está fazendo algum curso destas áreas, com certeza terá disciplinas sobre os processos fisiológicos dos seres vivos, já que é umas das exigências das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação do Ministério da Educação.
O problema é que enquanto a fisiologia desperta o interesse de muitos, causa desespero em outros. De fato, ela não é uma matéria simples e compreender todos os seus conceitos exige muita dedicação. Na busca por conhecimento, muitos alunos e profissionais recorrem a cursos online, aulas extras, livros e outros materiais complementares. Um esforço que certamente irá recompensá-los no futuro. Isso porque a fisiologia é a ciência que estuda o funcionamento normal dos organismos vivos, ou seja, é ela que explica, por exemplo, como podemos pensar, caminhar, sentir dor, comer.
Pensando em todos que querem, seja por necessidade ou curiosidade, entender melhor a sua história e relevância, encontrar alguns dos seus conceitos mais importantes e dicas de cursos online, preparamos um guia acessível e descomplicado sobre fisiologia humana. Aproveite o artigo e passe a enxergar esta área da biologia com outros olhos.
Guia descomplicado da Fisiologia Humana
Conceitos
A fisiologia (do grego physis = natureza ou funcionamento e logos = estudo) é o ramo da biologia que estuda as funções e processos que sustentam a vida, podendo ser dividida em subáreas: humana (animal), vegetal, bacteriana, fúngica, enfim, de todos os seres vivos.
Diante da complexidade dos mecanismos fisiológicos, precisamos ter em mente que a fisiologia é uma ciência integrativa e nada pode ser visto de forma isolada. Um exemplo é que neste momento, para você conseguir ler este material, uma série de reações estão ocorrendo no seu corpo, envolvendo diferentes sistemas que atuam em perfeita sintonia.
Um dos macetes para quem está buscando saber mais sobre a fisiologia é que não basta conhecer “o que acontece”, mas sim “como acontece”. Ainda que você faça o melhor curso de fisiologia disponível no mercado, se não estiver disposto a entender o processo fisiológico, não será possível transferir o seu conhecimento para a prática com excelência.
Conhecendo a fisiologia:
- Qual o objetivo do estudo da fisiologia humana? O estudo da fisiologia humana tem por objetivo analisar o funcionamento do organismo humano nas suas esferas físicas, bioquímicas e mecânicas, utilizando-se dos conhecimentos obtidos para aprimorar técnicas, desenvolver novas e trazer benefícios para a sociedade.
- O que estuda a fisiologia? A fisiologia estuda as funções e funcionamento dos organismos vivos (animais, vegetais e bactérias) e abrange as partes físicas, orgânicas e bioquímicas, além de analisar/estudar as interações dos seres vivos e o meio ambiente.
Panorama da Fisiologia
O termo fisiologia surgiu na Grécia há mais de 2500 anos. Hipócrates (460-370 a.C.) uniu os conceitos de fisiologia e medicina, deixando importantes contribuições para esta ciência, como a coletânea Corpus Hippocraticum, uma realização coletiva que servia como modelo de conduta médica na época. Aristóteles (384-322 a.C), com seu interesse pela história natural, já utilizava esta palavra para descrever as funções dos seres vivos. Na era cristã, Galeno (129-199), através de seus estudos experimentais, fez descobertas de anatomia e fisiologia revolucionárias para a época, a descrição dos nervos sensoriais e motores, e a distinção de veias e artérias são algumas delas.
De acordo com Dee Unglaub Silverthorn, autora do livro Fisiologia Humana: uma abordagem integrada, durante o século XVI, na Europa, a fisiologia passou a ser considerado um estudo exclusivo das funções vitais humanas. E, somente em tempos mais recentes, voltou a ser utilizada no seu sentido mais amplo: o estudo de todos os seres vivos.
Hoje em dia, apesar de existirem importantes lacunas acerca dos processos fisiológicos dos organismos, avançamos consideravelmente nos mais diversos campos desta ciência. Uma das mais importantes façanhas dos cientistas foi o Projeto Genoma Humano, onde especialistas de 18 países uniram esforços durante 13 anos (1990-2003) para mapear todos os genes humanos, revelando que somos muito semelhantes a nível de DNA, uma vez que as sequências de nucleotídeos (moléculas que funcionam como blocos construtores do DNA e RNA) são 99,5% iguais para todas as pessoas. Esse estudo ainda possibilitou a descoberta de mais de 1.800 genes envolvidos em doenças.
Apesar dos inegáveis benefícios do estudo, adentrar tão profundamente no conteúdo genético humano ainda levanta muitos debates éticos. Dentre eles a utilização dessas informações na seleção ou exclusão de indivíduos para determinadas funções. Se você deseja entender melhor a importância desses debates, acesse nosso Curso Online Ética na Saúde.
Diferença entre anatomia e fisiologia
Não é incomum ver pessoas confundindo estes dois termos. Apesar de a grafia ser semelhante e de as duas ciências estarem intimamente ligadas, elas são diferentes e precisam ser entendidas como tal. Enquanto a fisiologia se dedica a função, a anatomia (do grego “cortar em partes”) é o estudo da estrutura do organismo e suas partes.
Agora que já conhecemos as ciências que estudam os eventos normais do organismo, é importante falar das que são responsáveis por entender o que ocorre durante às doenças. Semelhante ao caso anterior, são duas áreas dedicadas à essa função: a patologia e a fisiopatologia. A patologia, palavra também de origem grega, onde Pathos = doença e Logos = estudo, tem o objetivo de estudar as alterações morfológicas (estruturais) características da doença, enquanto a fisiopatologia se dedica a compreender o funcionamento alterado do organismo e identificar suas consequências.
A célula e sua função
O estudo das células faz parte de toda disciplina e curso de fisiologia, o que não é à toa, já que que elas são reconhecidas como as menores unidades estruturais e funcionais dos seres vivos. O organismo, no seu nível mais básico de organização, é constituído da seguinte forma: a união dos átomos forma as moléculas que, por sua vez, se ligam para dar origem à célula. Se tratando de fisiologia humana são trilhões delas com funções e formas distintas, possibilitando a formação e manutenção de todos os nossos tecidos. Ainda que tenham atividades específicas, as células cooperam entre si por um objetivo comum: a manutenção vida.
Todas as células de um indivíduo, independentemente da sua função e estrutura, possuem a mesma origem e código genético. Muitas vezes este conceito é difícil de ser entendido e você pode ser perguntar “se elas têm a mesma informação genética, como podem ser tão diferentes?”. A resposta é que no início da vida possuímos apenas uma célula: o zigoto, ou para simplificar, o óvulo fecundado. O zigoto se divide diversas vezes, dando origem a células-tronco totipotentes, que recebem este nome por poderem se diferenciar em todos os tecidos que formam o corpo humano, incluindo os anexos embrionários (placenta, cordão umbilical, saco vitelínico, âmnio, cório, alantóide).
No quinto dia, quando o embrião é chamado de blastocisto, ocorre a formação das células-tronco embrionárias. Nesse estágio as células são consideradas pluripotentes, pois podem dar origem a todos os tecidos do corpo humano, mas não mais aos anexos embrionários. A partir dessas unidades, surgem as células envolvidas em funções específicas, ou seja, aquelas que forem diferenciadas para formar o coração, poderão atuar somente neste tecido, assim como só poderão dar origem a outras células cardíacas. A explicação para esta "diferenciação" é que as células passam a expressar diferentes genes, dando à elas controle sobre sua estrutura e função.
Cada uma com a sua função, elas precisam se comunicar para agir. Para isso existe um complexo processo de comunicação celular, onde a célula sinalizadora envia um ligante (molécula sinalizadora) para um receptor da célula-alvo, gerando a resposta/ação. São quatro os tipos de sinalização celular: endócrina (através de hormônios), parácrina (comunicação com células vizinhas), autócrina (o ligante se une a um receptor da sua própria célula) e sináptica (através de neurotransmissores). As principais diferenças entre elas é o tipo de ligante e a distância que o sinal percorre até chegar na célula-alvo.
No Curso Online Fisiologia - Noções Gerais você encontra mais informações sobre a célula e suas funções.
Entendendo o ciclo de Krebs e a respiração celular
Outro conceito muito conhecido e temido da fisiologia é o ciclo de Krebs, também chamado de ciclo do ácido cítrico. A sua fama se dá pela importância que tem na respiração celular. Para que as células possam realizar as suas atividades normalmente precisam de energia e é a respiração celular o processo responsável por essa função. Nas células eucariontes (células complexas com membrana definida e várias organelas), como as nossas, esse processo ocorre continuamente e é dividido em três etapas: glicólise, ciclo de krebs e cadeia respiratória.
Na glicólise, primeiro passo da produção de energia, ocorre a quebra da glicose em duas moléculas de ácido pirúvico (piruvato), liberando energia em forma de outra molécula chamada ATP (Adenosina Trifosfato). Essa etapa ocorre no citoplasma (espaço intracelular onde estão as organelas) e não necessita de oxigênio.
Essas moléculas de piruvato passam por uma série de reações, perdendo hidrogênio (desidrogenação) e CO2 (descarboxilação), até serem convertidas à acetilcoenzima A (Acetil-CoA). A Acetil-CoA, que também pode ser produto da oxidação de aminoácidos e ácidos graxos, dá início ao ciclo de krebs na matriz mitocondrial. A mitocôndria é uma organela da célula que atua como uma “usina elétrica”, pois é nela que é produzida a maior parte do ATP.
Uma vez iniciado o ciclo, ocorrem diversas reações que envolvem a perda de hidrogênio e CO2 e a produção de energia. Por fim, há a formação de oxaloacetato que se liga a uma nova molécula de Acetil-CoA, reiniciando o ciclo. Além da sua atuação na produção de energia, durante as reações do ciclo de krebs são produzidos intermediários que atuam em outros processos fisiológicos
A cadeia respiratória, última etapa da respiração celular e onde acontece a maior produção de energia, é o destino dos hidrogênios liberados nas etapas anteriores. Nesse processo, uma série de reações ocorrem no interior da mitocôndria, no sentido de unir o hidrogênio ao oxigênio presente no fim da cadeia respiratória, havendo a liberação de energia e a formação de moléculas de água.
Quando falamos de fisiologia é impossível não trazer conceitos da anatomia e, se você não estiver familiarizado com os termos, isso pode dificultar o entendimento de alguns processos. Alguns dos nossos cursos online com certificado podem te ajudar nesse sentido, um exemplo é o Curso Online Citologia - Fundamentos Essenciais.
Você sabia disto?
- O que é o sistema fisiológico? O sistema fisiológico é o conjunto de órgãos que exercem funções vitais do organismo. O sistema fisiológico pode ser divido/classificado em respiratório, cardiovascular, sensorial, nervoso, endócrino, urinário, muscular, imunológico, excretor, reprodutor, tegumentar, sensorial e esquelético.
- Qual o conceito de anatomia e fisiologia humana? A anatomia estuda os elementos que constituem o corpo humano e a sua organização interna, de forma ampla, abrange também os animais e vegetais, utilizando técnicas de dissecação e autópsia por exemplo, enquanto a fisiologia tem por objetivo o estudo das funções dos organismos/seres vivos.
Quem precisa estudar fisiologia?
Como explicamos neste artigo, a fisiologia é uma ciência que faz parte da vida de todos nós, mesmo que não paramos para pensar nisso no nosso dia a dia. Apesar da sua importância na formação e capacitação de estudantes e profissionais das áreas que a envolvem, nada impede que outras pessoas procurem um curso de fisiologia, apenas para entender melhor os processos responsáveis pela origem e manutenção da vida.
Os estudantes de ensino médio e aqueles que estão se preparando para o vestibular também se beneficiam do estudo desta ciência. O nosso Curso Online Fisiologia - Noções Gerais é ideal também para esses casos, pois traz um conteúdo descomplicado, elaborado por especialistas para o entendimento de todos.
Dentre os profissionais e alunos de graduação, os que precisam se dedicar mais à fisiologia são das áreas da biologia, medicina, enfermagem, biomedicina, odontologia, fisioterapia, fonoaudiologia, farmácia, nutrição, psicologia e terapia ocupacional. Além desses, os profissionais da área da educação física também têm suas atividades fortemente associadas à fisiologia. Em especial, uma das áreas que ganha cada mais espaço é a fisiologia do exercício. Os interessados em saber mais sobre esse estudo podem acessar o Curso Online Nutrição no Esporte - Fundamentos Essenciais.
São tantas as carreiras, que muitas ainda estão de fora desta lista. Poderíamos ter citado também os profissionais que trabalham com patologia clínica (como os técnicos de laboratório de análises clínicas), biotecnologistas, médicos veterinários e vários outros. Diante de tantas possibilidades, buscar qualificação nessa área é uma excelente oportunidade para se inserir e se destacar no mercado de trabalho.
Os cursos online podem ser uma importante ferramenta neste sentido, principalmente pela flexibilidade que oferecem. No caso dos cursos online com certificado, você ainda pode utilizá-los para provas de títulos de concursos públicos, na progressão da sua carreira ou como atividades complementares da faculdade.
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