Metodologias ativas são propostas alternativas ao modelo tradicional de ensino e se fundamentam em uma pedagogia problematizadora, onde o aluno é estimulado a assumir uma postura ativa em seu processo de aprender, buscando sua autonomia e aprendizagem significativa.  

Estamos em uma era em que o ensino tradicional não atende mais às necessidades dos currículos escolares e não alcançam mais os estudantes da forma que deveriam. 

Todas as mudanças que estão acontecendo foram ocasionadas pela era da tecnologia e da informação, em que gerações já nascem conhecendo tecnologias, das mais simples às mais complexas.  

Conhecidas como nativos digitais, essas gerações desafiam educadores. Estes, por sua vez, passam de detentor do conhecimento a mediadores. Nesse contexto entram as metodologias ativas, como forma de envolver alunos e transformá-los em protagonistas de sua própria aprendizagem. 

 O que são metodologias ativas 

São novas compreensões de ensino e propostas alternativas para sua operacionalização. As tendências do século 21 indicam que a característica central da educação é o deslocamento do enfoque individual para o enfoque social, político e ideológico. 

A própria Base Nacional Curricular Comum, a BNCC, está aí para provar que eram necessárias mudanças profundas na educação, outras abordagens de ensino e novos enfoques. 

A “educação problematizadora”, uma das estratégias da metodologia ativa, na qual o aluno identifica o problema e busca soluções, sugere a transformação do próprio processo de conhecer. Nesse momento, insere-se a proposta da resolução de problemas como caminho para a construção do saber significativo, real. 

As possibilidades para desenvolver metodologias ativas de ensino-aprendizagem são várias, além da estratégia da problematização, como: 

• aprendizagem baseada em problemas (problem-based learning – PBL); 

• aprendizagem baseada em equipe (team-based learning – TBL); 

• círculo de cultura. 

O papel do professor diante desse método é bem explicado por Paulo Freire (2015): “Na sua aplicação o docente não deve ser apenas o transmissor de conteúdos objetivos, mas sim aquele que ensina os seus alunos a pensar autonomamente ao ponto de transformar a sua realidade.” 

A aprendizagem ativa é caracterizada pelo processo de engajamento dos estudantes em seu próprio aprendizado. Ela demanda que o “aprendiz” reflita sobre as suas próprias ideias e conhecimentos, seja capaz de avaliar de forma crítica o seu entendimento de conceitos e de lidar ativamente com informações e problemas. 

Alguns recursos de metodologias ativas

Sala de aula invertida 

Com esse nome, parece que é algo relacionado a mudar tudo de lugar na sala de aula, não é mesmo? Mas não se trata disso. 

A sala de aula invertida, também conhecido como flipped classroom, nada mais é do que inverter a ordem das atividades tidas como “da aula” e “de casa”.  

A inversão da sala de aula basicamente consiste em fazer em casa o que era feito em aula, por exemplo, atividades relacionadas à transmissão dos conhecimentos e, em aula, as atividades designadas a serem realizadas em casa, responsáveis pela assimilação do conhecimento, como resolver problemas e realizar trabalhos em grupo. 

Os conteúdos são acessados previamente pelos estudantes, e depois debatidos em classe juntamente com o professor. A sala se torna um ambiente rico em conhecimento, com a adoção de exercícios, atividades em grupo e discussões.  

Além disso, a relação verticalizada − professor transmite as informações e alunos absorvem − dá lugar à troca de visões, em que o docente assume o papel de condutor do ensino, tirando dúvidas, aprofundando o tema e estimulando o debate, de forma a proporcionar ao estudante um aprendizado mais amplo e completo. 

Gamificação 

Compreende-se por gamificação a utilização de elementos de game em situações não relacionadas a jogos. Essa metodologia geralmente é utilizada para gerar maior engajamento das pessoas, motivar a ação, promover a aprendizagem ou resolver problemas de forma criativa. 

O professor gamifica aspectos normais de sala de aula, por exemplo, pontuação para quem conseguir mais acertos no exercício de ortografia. Ao somar vários pontos, de outras atividades também, o aluno pode ganhar uma resposta em uma avaliação, por exemplo. 

Colheita e facilitação gráfica 

Colheita é a captação de “frutos” (ideias) de uma aula, encontro ou reunião. A facilitação gráfica é um tipo de colheita, uma espécie de mapa mental, mas com ilustrações, que facilitam, inclusive, as várias formas de aprendizagem, uma vez que há quem aprenda lendo, escrevendo ou tenha memória visual. 

Clickers 

Clickers são aparelhos eletrônicos portáteis de resposta que permitem que o professor recolha instantaneamente as respostas dos alunos e, por consequência, é possível acompanhar o progresso da turma, propondo discussões entre os colegas. Além disso, o professor pode dar um feedback imediato para os alunos. Assim, emprega-se a tecnologia como aliada ao processo de aprendizagem. 

Ensino híbrido 

O ensino híbrido é um modelo de educação formal, que tem uma metodologia inovadora para as salas de aula: mesclar dois modos de ensino - o online e o offline. 

O foco dessa nova modalidade é personalizar as ações de aprendizagem e de ensino e preparando quem educa a integrar a tecnologia digital ao currículo escolar. Além disso, as aulas se tornam mais acessíveis, flexíveis e dinâmicas.  

Esse tipo de ensino pode ser considerado uma proposta inovadora para a educação, visto que permite a aplicabilidade de diversas formas de aprendizagem-ensino no dia a dia. Assim, nesse modelo, o estudante pode ter acesso a aulas online ou presenciais, já que a combinação delas pode estimular uma maior capacidade e interação social nos alunos. 

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